Falando sobre Rafinha Bastos (atrasado) - TV e Afins #04

Rafinha Bastos - Rubens Cavallari/Folhapress
Rafinha é conhecido por seus comentários ácidos em relação aos mais diversos temas, como dizer que “mulheres feias deveriam agradecer caso fossem estupradas, afinal os estupradores estavam lhes fazendo um favor, uma caridade” e mais recente, dizer sobre Wanessa Camargo “comeria ela e o bebê”.
O humor é subjetivo, cada um entende como engraçado ou como cômico aquilo que lhe convém. Concordo com o autor do artigo quando ele diz que a piada sobre Wanessa Camargo foi extremamente infeliz e desrespeitosa. Mas será que é realmente necessário fazer toda uma especulação ao redor do fato? Eu acredito que não. Para mim, bastaria um pedido de desculpas ao vivo, reconhecendo que a piada foi ofensiva e de mau gosto e pronto. O que acontece é que o marido de Wanessa Camargo é dono de uma agência de publicidade que produz anúncios para o CQC, e logo que o fato aconteceu, ele já se mostrou extremamente desconfortável e divulgou sua insatisfação aos quatro ventos, inclusive ao seu sócio Ronaldo (“fenômeno”), que é amigo de Marco Luque. O que eu penso é que a Band e a Eyeworks (dona do formato CQC), que não são bobas nem nada, preferiram afastar o humorista por tempo indeterminado do que arriscar perder algum anunciante. Ou seja, é melhor agradar o “poderoso” anunciante, do que perder dinheiro. 
Creio que o humor não pode ser ofensivo, mas também não pode ser repreendido á este ponto. Agora existem notícias na internet que Marcos Buaiz (marido de Wanessa) pode pedir uma indenização para o Bebê (que ainda nem nasceu!) e também pedir a prisão de Rafinha Bastos. Assim como disse o autor do artigo, a sátira deve ter liberdade, punir a sátira é “arrancar os braços” do livre exercício de opinião. Rafinha quis ser ofensivo, desrespeitoso? Talvez sim, talvez não. A piada também pode ser entendida pelo viés dos “tabus” presentes ao ter relações sexuais durante a gravidez. Agora Rafinha se vê acuado, pois pensa “que tipo de piada eu vou poder fazer?” e inclusive chegou a pedir demissão da emissora.
A piada foi um lixo, desrespeitosa e desnecessária? Foi. Isso não podemos discutir. Precisava de toda essa “inflamação”? Não. E digo mais, se não fosse a “grandiosa” Wanessa a ofendida e o “grandioso” Marcos Buaiz anunciante do programa, a situação seria outra. Podemos até lembrar de outra situação (que eu considero mais grave que a de Rafinha), onde Bóris Casoy ofendeu garis que desejavam feliz ano novo aos telespectadores do Jornal da Band não foi suspenso pela emissora, pois tinha nenhum “peixe grande” envolvido. Resultado: no dia seguinte lá estava Bóris, com um pedido de desculpas esdrúxulo e esfarrapado, como se nada tivesse acontecido. Que diferença, não?

Agora a relação Rafinha e Band está totalmente desgastada, e existem boatos de que Rafinha seria uma das estrelas do canal por assinatura Fox Sports. Será?